segunda-feira, 6 de junho de 2011

Alfabetização e letramento

É necessário ser alfabetizado para ser letrado? Os conceitos de alfabetização e letramento ainda são confundidos, muitos acham que ser letrado é ter o domínio do código escrito, dos grafemas e fonemas, e também dominar práticas sociais de leituras mais complexas, através de entendimentos e ressignificações do conhecimento, muitos até acham que o conceito de letramento substitui o conceito de alfabetização.
Mas na prática só é letrado, só ressignifica o conhecimento quem sabe dominar o código da leitura e escrita? Crianças e adultos, que ainda não sabem ler e escrever, mostram que conseguem ressignificar o conhecimento sim, dentro do contexto que vivem e diante das realidades que lhes são apresentadas, conseguem fazer inferências e estabelecer relações entre informações distintas, mesmo sem saber ler e escrever.
Muitos autores defendem que o letramento não substituem a alfabetização, mas eles não estão dissociados. Pode acontecer a alfabetização, através da aprendizagem da decodificação da escrita meio a vivências de leituras de textos diversos, através de um processo bem dinâmico, pois estes aprendizes vivem no meio em que a escrita está presente em toda a parte. Soares (2004) é uma das autoras que cita esta dinâmica.
                                                    
Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, no quadro das atuais concepções psicológicas, lingüísticas e psicolingüísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita – a alfabetização – e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento.
Não são processos independentes, mas interdependentes, e indissociáveis: a alfabetização desenvolve- se no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e de escrita, isto é, através de atividades de letramento, e este, por sua vez, só se pode desenvolver no contexto da e por meio da aprendizagem das relações fonema–grafema, isto é, em dependência da alfabetização. (Soares,2004,p.12)

Portanto, fica evidente que tanto o processo de alfabetização quanto o letramento são importante para a aprendizagem do sujeito, o conhecimento do código escrito ajuda na participação efetiva no mundo da prática social da leitura, e o conhecimento e consciência do que está escrito, ajudam no melhor desempenho da aprendizagem do código escrito, pois quanto mais leituras são feitas, melhora a qualidade da escrita, e se a leitura é feita de forma crítica e construtiva o conhecimento torna-se mais significativo.

Bibliografia
SOARES. Magda, Letramento e alfabetização: as muitas facetas, Revista Brasileira de Educação, Jan /Fev /Mar /Abr 2004 No 25.






O que é ser Alfabetizado e Letrado