domingo, 27 de março de 2011

As comunidades virtuais e suas influências na sociedade atual

Até pouco tempo, as pessoas se relacionavam através do convívio demarcado por um espaço geográfico, de forma presencial estabelecido pelas relações de troca de interesses e necessidades, baseada em uma estrutura social com hierarquias, regras, normas e leis ligado sempre a tradição do lugar, tudo para garantir a ordem e o melhor convívio entre as pessoas da comunidade.
Na sociedade contemporânea, com o advento das novas tecnologia, e as facilidades de acesso de um grande número de usuários à rede mundial, onde são oferecidas inúmeras possibilidades na circulação de informações e na comunicação entre as pessoas de vários lugares do mundo, surge e vigora as comunidades virtuais. Segundo Fonseca e Couto, 2005.
“A noção de comunidade vem sendo ressignificada em decorrência das alterações ocorridas na dinâmica da sociedade, sobretudo no mundo contemporâneo, com a incorporação dos meios de comunicação, especialmente, a comunicação mediada por computadores (CMC). Esse tipo de comunicação propicia a emergência de outras formas de socialização via rede telemática, e as comunidades virtuais constituem-se em um dos seus principais ethos.”
As comunidades virtuais, entre outras coisas, possibilitam o compartilhamento de  interesses comuns com outras pessoas de culturas diferentes, alem de possibilitar a participação de igual para igual entre os membros sem a preocupação com a hierarquia.
O indivíduo do mundo contemporâneo, que está ligado em rede, vive em várias comunidades, a presencial, onde é um cidadão com RG, CPF e representa um papel social, com direitos e deveres, e em muitas outras comunidades virtuais, onde compartilha interesse particulares, seja por diversão, profissionalização, humanização, etc. Muitas vezes, alguma destas comunidades que participa, não são necessariamente imprescindíveis para a sua sobrevivência, mas em todas elas, este sujeito contribui para a dinâmica social.
Esta dinâmica social é influenciada pela mistura de culturas, e que fatalmente modificam o comportamento das pessoas, não só as pessoas conectados, mas também as pessoas chamadas de excluídos digitais, aquelas que não tem acesso a rede, ainda hoje um grande percentual. Exemplo disto, quando a troca de conhecimento realizada em comunidade virtual se transforma em ação nas comunidade presencial, provocando  novas concepções sobre determinado tema.
Assim, poderemos dizer que mesmo aqueles que não participam de comunidades virtuais são influenciados de uma certa forma, seja através de boas ou más influências, modificando a estrutura da velha comunidade tradicional e gerando novas demandas.
Referência
FONSECA, Daisy da Costa Lima, COUTO, Edvaldo Souza.Comunidades virtuais: herança cultural e tendência contemporânea,  In: PRETTO, Nelson (org). Tecnologia e Novas Educações. Salvador: Edufba, 2005

domingo, 20 de março de 2011

A modernidade e a escola

Nos tempos atuais não é  tolerável o conhecimento fixo e único, as constantes influências de novos e variados conhecimentos, disseminada através da rede mundial,  torna a verdade não mais uma só, mas várias verdades, adequada a época e ao contexto, podendo durar pouco tempo até ser derrubada. A verdade e o conhecimento se transformam  fácil como as moléculas do líquido, metáfora usada por  Bruman (2002) para descrever as características da era moderna, através do  Livro Modernidade Líquida. Segundo o autor a modernidade é líquida  por particularmente ser inconsistente e móvel, se moldar as novas demandas.
Mas, muitas vezes, estas verdades e múltiplos conhecimentos, não são questionados, não são levantados a reflexões críticas, formando confusões e inverdades. Bruman traz que “a sociedade da modernidade fluida é inóspita à crítica, acomoda o pensamento e a ação críticos de modo que permaneça imune a suas conseqüências, saindo intacta e sem cicatrizes”.
Apesar de toda tecnologia e facilidades de acesso a estes conhecimentos, a sociedade que é moderna, ainda mantém setores que vive baseado em uma estrutura da pós modernidade, ou como também cita Bruman, em uma modernidade sólida, condensada, sistêmica e totalitária, fechada a mudanças e reflexões. Exemplo a escola, que infelizmente ainda se encontra fechada em seus muros sem oportunizar aos educandos somar os seus muitos conhecimentos, trazido do meio social e virtual, para o âmbito escolar, sem promover reflexões críticas sobre estas muitas verdades e sobres. 
No livro Modernidade líquida, Bruman  diz ainda que “Ser moderno significa ser incapaz de parar e de ficar parado, por causa da impossibilidade de alcançar a satisfação”. Seguindo a esta definição de modernidade a nossa escola ainda não chegou na era da modernidade, ela se tornou uma ilha no meio do moderno. O aluno vive em dois mundos, um moderno, onde vive de forma dinâmica e constante relacionando-se com muitas informações e o pós-moderno, na escola, onde só é aceito um verdade,  são classificado como indivíduos  com maior e menor saber, não importa quanto conhecimento leve. É como se de um mundo para o outro ele atravessasse um portal do tempo.
A escola ainda não consegue linkar o seu currículo com os conhecimento trazido pelos alunos dos tempos modernos. Para Lévy, ”Para chegar a essa cultura planetária, a escola precisa assumir um papel fundamental: criar modelos de aprendizagens em que o professor seja um “animador da inteligência coletiva “ do grupo de alunos e não mais um fornecedor de conhecimentos.
Para isto, é necessário uma ressignificação do perfil do novo aprendiz, e a busca de uma nova postura da escola, onde possa levá-la a atravessar junto com os alunos este portal do tempo, ajudando-os a se tornarem sujeitos críticos e reflexivos no meio de tantos saberes e verdades.