domingo, 20 de março de 2011

A modernidade e a escola

Nos tempos atuais não é  tolerável o conhecimento fixo e único, as constantes influências de novos e variados conhecimentos, disseminada através da rede mundial,  torna a verdade não mais uma só, mas várias verdades, adequada a época e ao contexto, podendo durar pouco tempo até ser derrubada. A verdade e o conhecimento se transformam  fácil como as moléculas do líquido, metáfora usada por  Bruman (2002) para descrever as características da era moderna, através do  Livro Modernidade Líquida. Segundo o autor a modernidade é líquida  por particularmente ser inconsistente e móvel, se moldar as novas demandas.
Mas, muitas vezes, estas verdades e múltiplos conhecimentos, não são questionados, não são levantados a reflexões críticas, formando confusões e inverdades. Bruman traz que “a sociedade da modernidade fluida é inóspita à crítica, acomoda o pensamento e a ação críticos de modo que permaneça imune a suas conseqüências, saindo intacta e sem cicatrizes”.
Apesar de toda tecnologia e facilidades de acesso a estes conhecimentos, a sociedade que é moderna, ainda mantém setores que vive baseado em uma estrutura da pós modernidade, ou como também cita Bruman, em uma modernidade sólida, condensada, sistêmica e totalitária, fechada a mudanças e reflexões. Exemplo a escola, que infelizmente ainda se encontra fechada em seus muros sem oportunizar aos educandos somar os seus muitos conhecimentos, trazido do meio social e virtual, para o âmbito escolar, sem promover reflexões críticas sobre estas muitas verdades e sobres. 
No livro Modernidade líquida, Bruman  diz ainda que “Ser moderno significa ser incapaz de parar e de ficar parado, por causa da impossibilidade de alcançar a satisfação”. Seguindo a esta definição de modernidade a nossa escola ainda não chegou na era da modernidade, ela se tornou uma ilha no meio do moderno. O aluno vive em dois mundos, um moderno, onde vive de forma dinâmica e constante relacionando-se com muitas informações e o pós-moderno, na escola, onde só é aceito um verdade,  são classificado como indivíduos  com maior e menor saber, não importa quanto conhecimento leve. É como se de um mundo para o outro ele atravessasse um portal do tempo.
A escola ainda não consegue linkar o seu currículo com os conhecimento trazido pelos alunos dos tempos modernos. Para Lévy, ”Para chegar a essa cultura planetária, a escola precisa assumir um papel fundamental: criar modelos de aprendizagens em que o professor seja um “animador da inteligência coletiva “ do grupo de alunos e não mais um fornecedor de conhecimentos.
Para isto, é necessário uma ressignificação do perfil do novo aprendiz, e a busca de uma nova postura da escola, onde possa levá-la a atravessar junto com os alunos este portal do tempo, ajudando-os a se tornarem sujeitos críticos e reflexivos no meio de tantos saberes e verdades.

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